Em entrevista à Revista Balaclava, a frontwoman Luísa Nascim comenta as seis parcerias do EP: “São músicas para quem ama, vive na cidade grande, mas tem saudade de casa”.

Texto Jorja Moura
Foto Mateus Zumba

Depois do lançamento do disco icônico Jaguatirica Print, em 2019, a banda do Rio Grande do Norte, Luísa e os Alquimistas retornou com o novo trabalho intitulado Gang da Leoa, Vol. 1 – um EP de seis faixas, onde cada track conta com um feat incrível.  O último álbum apresenta muitas referências do que estava acontecendo na cena urbana nordestina. Pense em uma mistura de batidões eletrônicos, reggaeton, rap e zouk. E o que tem na novidade lançada no início de dezembro? Além das referências citadas, é possível perceber a influência da música pop dos anos 2000, o pagode dos anos 1990, a música jamaicana – presente na identidade da banda –, a cumbia rebajada, a bregadeira, o bregafunk, o tecnobrega, o piseiro… 

A retomada dos eventos presenciais trouxe uma faísca de esperança nos nossos corações. Quais são as expectativas para 2022?

Luísa Nascim: “Ainda está tudo incerto, principalmente com os cancelamentos recentes de eventos públicos grandes como o Carnaval, mas temos a vacinação a nosso favor e as expectativas estão altas. Nós temos a confirmação da nossa presença em festivais importantes como Dosol, Rock the Mountain e Forró da Lua Cheia. Além disso, vamos inaugurar a nossa nova era: o quarto álbum da banda vem aí !!!! <3”

O Gang da Leoa, Vol.1 conta com participações que agregam artistes de várias regiões do Brasil. O elenco do EP reúne nomes conhecidos como Francisco El Hombre, Potyguara Bardo e Jup do Bairro (a nossa covergirl da sétima edição). Mas também apresenta ao público e ao mercado, artistas como Pamka Pauli, MC Tchelinho e Keila. Para comentar o novo trabalho, convidamos a artista para um faixa a faixa: 

1. “Bota Essaki Pa Tocar” (feat. Pamka Pauli)

“Conheci um dos integrantes do Pamka em São Paulo. Na sequência, passamos a cogitar a possibilidade de um feat. Conversa vai, conversa vem, e DO NADA, eu recebo uma rima cabulosa do Flóki no zap. Pronto! O hit já tava pronto! (Risos). Eles também sugeriram esse clima de festa na praia, de liberdade e retomada dos eventos. Foi um prato cheio pros alquimistas e para mim! Cheguei logo no flow jamaicano pra somar com esses maravilhosos.”

2. “I Love You Lulu” (feat. MC Tchelinho)

“Nós tínhamos o beat, a confirmação do feat com o Tchelinho e eu estava com passagem comprada pro Rio de Janeiro à passeio. Marquei a gravação na Mangolab sem ter a minha parte da letra, mas duas horas antes eu sentei e escrevi tudo de uma vez. No estúdio, o Tchelinho fez a parte dele e o som nasceu! Essa música é um estouro! Amo tudo que ela representa e a vontade de raparigar que ela proporciona! hahaha.”

3. “Brega Night Dance Clube” (feat. Keila)

“A Keila se aproximou de mim após o lançamento do Jaguatirica Print via Instagram. Fiquei passada pois sou muito fã! Nos encontramos pessoalmente pela primeira vez no dia do lançamento do seu primeiro álbum solo (Malaka), em São Paulo! Foi lindoooo! Cantei com ela e ficamos amigas. Em uma das idas dela a SP, fizemos a letra, depois o arranjo foi se estruturando, com os beats e gravamos o clipe via lei Aldir Blanc em Belém do Pará. Um super sooonho realizado!” 

4. “Horizonte” (feat. Francisco El Hombre)

“Fiz essa música no início da pandemia, quando ainda residindo em São Paulo, totalmente isolada, sem perspectiva, sem criatividade para compor e com a cabeça a mil –  muita ansiedade e saudade de casa. Nesse mesmo período, assisti o filme Ya no Estoy Aqui, da Netflix latina, que fala do movimento da Cumbia Rebajada. Chamei o pessoal da Francisco pois a música pediu a presença deles e a gente já tinha um contato muito massa.”

5. “Cadernin” (feat. Potyguara Bardo)

“Essa faixa foi lançada como single há um bom tempo e até hoje é uma das nossas mais ouvidas no Spotify. Não podia ficar de fora, né! Minha best, minha ref e conterrânea, Poty!!!! A vibe entre nós é indescritível e o clipe pode provar!! <3.” 

6. “Wbyb” (feat. Jup do Bairro) 

“Gente, a JUP é uma das pessoas mais queridas que eu já conheci! Essa música clamava por ela! Fui atrás do contato com a Poty e a recepção do convite foi muito emocionante. Foi tudo feito de maneira remota e a vontade de abraçá-la e agradecer tá gigante! Precisamos resolver isso logo! Que hino WBYB! <3″