A Nowdays convidou a cantora e compositora para uma conversa sobre bem-estar, cannabis, música, redes sociais e outras brisas.
Texto Michelle Kaloussieh
Foto Stephanie Rodrigues
E, aí? Tudo bem? Nós somos a Nowdays e escolhemos a sexta edição da Revista Balaclava para te dar um gostinho do que vai encontrar em nowdays.co, uma plataforma de conteúdo multicultural que chega para apresentar uma nova ótica sobre a cannabis e outros caminhos para o bem-estar no Brasil, inspirada no que já dá certo em Los Angeles, nos Estados Unidos.
A real é que, no Brasil, o tópico cannabis vem com uma bagagem pesadíssima de preconceito, racismo e estereótipos, né? Acreditamos que o caminho para finalmente desmistificar o uso da planta por aqui é levar informação de um jeito descomplicado, acessível e realista para quem possa se interessar sobre o assunto.
Por isso, convidamos a cantora e compositora Ebony para trocar uma ideia com a gente, aqui, na Revista Balaclava. Ela é uma mulher braba e inspiradora, de Queimados, na baixada fluminense, no Rio de Janeiro. Em 2019, sua vida mudou completamente depois que a jovem prodígio passou a compartilhar as suas músicas com o mundo. Depois do papo, ficamos ainda mais fãs dela! Se liga:
Sobre o isolamento:
“Tirando a parte da tragédia, o que sobrou para mim foi um momento de muita reflexão. Me disseram que eu teria que dar uma segurada nos shows e na minha carreira e, honestamente, fiquei um pouco grata por poder dar essa pausa para respirar. Pude ficar em casa e só pensar. Fazia muito tempo que não tinha essa oportunidade. Antes, dormia três horas por dia (o que era uma benção, porque estava trabalhando), mas chega uma hora que você fica sobrecarregada.”
Nas redes:
“No começo, eu não estava nem aí. Postava fotos fumando sem entender que isso poderia me prejudicar comercialmente. Ainda estava descobrindo tudo isso. Então, depois que o Instagram virou parte do meu trabalho, mudei completamente a maneira como me comporto por lá. (…) Quando vi os ataques e o linchamento virtual que estava rolando com a questão do meu relacionamento interracial, percebi que sou uma pessoa pública. Uma vez que ganho dinheiro com minha imagem, é meu trabalho dar a cara a tapa. E daí, das duas, uma: ou eu fico triste com tudo isso, ou tento lidar da melhor maneira possível. Querendo ou não, independente da cor das pessoas com quem me relaciono, ou da cor das pessoas que me criaram, eu continuo sendo uma mulher preta que experienciou o mundo nessa minha pele. Entendo a importância do debate e não acho que seja um problema conversar sobre ele. Posso não concordar com a forma de algumas pessoas de expressarem, mas não vou virar para uma pessoa preta que vê problemas no relacionamento interracial e dizer que ela está errada.”
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